domingo, 22 de maio de 2011

manaus parte I - indo

de trás pra frente, do fim para o início, de cima pra baixo, da esquerda pra direita...dessa forma ou do avesso... não linear...cíclico... contínuo...
assim compartilharei as caminhadas!

manaus - objetivo: conhecer mais uma cidade, uma capital; participar do ergodesign, congresso internacional de ergonomia; encontrar amigona Elena; assistir palestra e conversar com prof.Vera Bins Ely; conhecer novas pessoas; desopilar a mente; tirar folga da minha postura corporativa; ver as belezas naturais do local, as arquiteturas, as peculiaridades culturais e gastronômicas; colocar mochilinha nas costas e ser livre, pensar, respirar, curtir a solitude;

15 de maio de 2011 domingo - fui de curionópolis-PA para manus-AM: 1.207km.
saí às 8:00h de curionópolis para aeroporto de marabá-PA de carro, 90.7km (em torno de 2 horas-estrada ruim) vôo GOL G31176 às 11:00h – 12:15h (MAB-BEL)+vôo GOL G31642 às 13:20h – 15:15h (BEL-MAO). exercitei a capacidade de apropriação do local de chegada indo de ônibus do aeroporto até o hostel (HI manaus www.hostelmanaus.com.br): mochilão nas costas, R$1,10 e 10 quadras caminhadas depois (com algumas solicitações de direcionamento) cheguei!
confusões básicas de hospedagem...o ar condicionado do quarto da minha reserva estava estragado...então teria opção de ficar em quarto misto. sentei no sofazinho da recepção para pensar a respeito, neste minuto meu celular tocou, Elena dando boas vindas e dizendo que uma menina que ela tinha conhecido naquela tarde (no ergodesign) estava no mesmo hostel que eu. aguardei ela chegar (Angela) já começamos a tagarelar e como ela estava em quarto individual me convidou para dividir. ok, hospedagem resolvida!

encontrei Elena, fomos na abertura do congresso e na sequência na cachaçaria do Dedé. como o mundo é pequeno e apertado, os gaúchos sempre se topam, dentre as novas amizades feitas, está um designer (Eduardo) que formou em Pelotas e foi aluno do meu pai...hahaha.
na foto: Angela, Eduardo, Lívia, Elena e André
antes de viajar conversei com algumas pessoas, daquelas boníssimas, antenadas e viajadas, peguei algumas dicas de locais imperdíveis e também a descartar...dicas de Valquíria e Hebert Wally, encontro das águas, teatro Amazonas, dica de Mauricio Bañados foi hospedar em hotel de selva.
buenas, na manhã de segunda-feira fui para o Ariaú Tower (http://www.ariau.tur.br/). distante 60km de manaus, o trajeto é percorrido de barco pelo rio negro, em torno de 2h depois fui recepcionada por uma cabocla semi nua (afinal de contas estava na selva), colarzinho de sementes e drink colorido!

seguiram as programações guiadas pela selva: sempre de canoa pelo rio negro, ariaú e seus braços, fiz visita à casa de morador local, sr. Francisco e sra. Célia.
conheci a plantação de macaxeira e da mandioca brava de onde se extrai a farinha de tapioca, a goma, o líquido tucupi. da árvore de urucum, colhi a flor e das sementes fiz três pulseiras para mim.
conheci o gengibre (plantado!), ganhei uma raiz e trouxe para plantar na minha horta.
a casa, o entorno do lar é um local bastante agradável.
a energia elétrica chegou há 6 meses, o grande diferencial foi a compra da geladeira, de resto, afirmaram que continuou tudo igual. perguntei sobre a televisão, eles compraram, mas não assistem muito, à noite, como sempre fazem preferem ir ao "flutuante" (construção de madeira sobre roliços de madeira onde há o armazém e é ponto de conversa e reunião para confecção de artesanatos).
fomos à vila São Tomé, o "lar doce lar" passou por lá, sem interferir na tipologia arquitetônica espontânea, tudo ficou mais colorido, com móveis novos e uma pousada foi construída - pousada do Jacaré (http://viladesaotome.globo.com/platb/vila).










no retorno ao hotel, ao entardecer pescamos piranha, para o jantar! como é final da temporada de chuvas, os rios estão cheios e as piranhas bem alimentadas, foi difícil pescar. bate-se com a varinha na água para chamá-las e a isca foi pedacinhos de coração de boi. jantei ensopado de piranha, boa a carninha (bem "inha").
fizemos a focagem de jacaré, segurei um (pequeno!), interessante sentir a textura do couro.
quando vimos um grande sobre um tronco de árvore, o disparo da máquina capturou apenas o tronco...era grande, e ficou só na memória.
na manhã seguinte fizemos uma caminha na mata fechada, reconhecimento de árvores medicinais e funcionais. vick vaporub, fruto com cafeína, cipó com água, larva de vagalume (pura proteína, tive que "provar" né...hahaha), seringueira, laca (de onde fazia-se chiclete), formigas macro, mais um tantão de informações...
diferente de todos os outros passeios em que tive um guia exclusivo, este saimos de galerinha, canoa cheia! conversei bastante com a Marta e Orides, duas paulistas muito inteligentes e agradáveis.

na sequência fui ao encontro dos botos...nadar com boto? são dóceis? foi uma experiência peculiar, gostei de ter feito...mas...não né! os bichos tem uns dentes grandes e um corpão e veem com tudo pra cima do individuo que os visita!!! tudo bem, vou confessar, gritei até não poder mais, sorri só pra foto! os gritos ecoaram na floresta e voltavam, ri só de nervosa! fui a diversão do canoeiro, do guia e do tratador dos meigos mamíferos míticos da região. podem rir da cara de apavorada que vai aparecer logo ai.... :S a instrução foi: "deixe as mãos junto ao corpo, se levantar os braços, como não enxergam bem, vão entender que é peixe para alimentá-los!" e tem como baixar os braços no meio do grito? a reação é a de assalto: mãos ao alto!


publiquei mais fotos no álbum Picasa:

sábado, 21 de maio de 2011

sexta-feira, 13 de maio de 2011

buenas seu!

"eu quero ir, mas eu quero ficar!" essas eram as palavras pronunciadas aos prantos a cada final de semana, depois de passear na fazenda dos avós, pela pequena crespinha... sempre esteve de mochilinha pronta! pronta a aceitar os convites de viagens, com os pais, irmã, com os avós (os 4!), com a madrinha, mais a frente com os amigos...não tinha tempo ruim, só o que sacrificava o momento da partida era não poder ir e ficar. ir para o encontro do novo, do desbravamento de um novo local e claro do quarto de hotel ou da casa de quem os hospedariam. ficar pelo conforto do conhecido, pela certeza da rotina conquistada, pela presença amorosa da família.

a pequena crespinha cresceu, continuou crespinha, continuou viajando. foi aprimorando a organização das mochilinhas, necessaires, potes, saquinhos, tudo no seu lugar. escolhendo roupas mais versáteis para as situações a fim de otimizar a bagagem.

e quando foi morar fora da casa dos pais, adivinha? "eu quero ir, mas eu quero ficar!" "não vou conseguir carregar tudo!"... a mãe ria vendo a crespinha de 24 anos numa situação cômica de pânico por não conseguir otimizar a quantidade de volumes, caixas e malas, para a mudança. o sábio lembrete da mãe foi: "tu quem escolheu ir, se quiser ficar, fica! e as caixas serão despachadas na transportadora, tu não vai carregar tudo sozinha!"

as primeiras aventuras na nova cidade foram andaças por trilhas pela mata atlântica com amigos e festas muito bem regadas. anunciou que queria conhecer tudo, conhecer muitas cidades próximas aquela, outras mais...tudo o mais...

numa manhã ensolarada de domingo, enquanto lia sua zero hora online, conversava ao telefone com sua mamis que estava na casa dos vovis (contexto para ilustrar: as conversas ao telefone na casa dos vovis são compartilhadas, todos presente na roda de chimarrão, participam, palpitam, contam piada, perguntam, respondem..é uma conferência familiar!). neste dia dinâmico e criativo, a crespinha andante foi rebatizada pela mamis: Juanita Caminante. com muito orgulho gaudério no corpo, alma e espírito, eu me apresento: buenas seu, sou Juanita Caminantchê!