domingo, 12 de junho de 2011

manaus parte II - percebendo o 'caminhar' do barco

efêmero, transitório, provisório, sinônimos que podem caracterizar os anseios da vida contemporânea, considerando a ácida ilusão da urgência que se tem da vida, anulando a compreensão do processo necessário.
acredito que almejar, traçar objetivos, caminhar e os alcançar são passos envoltos por práticas artísticas... não é um processo instantâneo.
como dizem: na prática a teoria é outra... buenas, estive na condição de intentar ser passageira ao mesmo tempo que literalmente era passageira. bora destrinchar a idéia... estava a bordo de um barco, pelo rio negro, retornando da selva amazônica para manaus, cansada e doida pra chegar em “casa” (considerando que onde estão meu computador e travesseiro torna-se minha casa, o hostel era a casa do momento) adormeci ouvindo música, ao acordar depois do que considerei tempo suficiente para chegar, abri os olhos e avistei terra firme e edifícios, vibrei: estamos chegando! fui para a frente do barco (frente? afff navegadora...proa, né!) mas a tão almejada chegada demorou a ser efetivada...durante 30 minutos a paisagem parecia não se modificar, estávamos indo, indo, indo, mas não chegava. e em nada eu podia interferir, tentar apressar, na condição de passageiro do barco, por imposição do processo, passageiro da vida, por imposição do processo, me restou ceder ao tal anseio e curtir a maturação do tempo: aproximação e chegada.
foram apenas 60km que se alongaram em 2 horas... 25km/h... 2 horas...13 nós... 2 horas...a expectativa do retorno alterou a capacidade de permitir-se estar no ritmo, como aconteceu na viagem de partida.
a essência do alvo por vezes se perde no caminhar: pela dificuldade de obter na hora, por conceitos convencionais, alheios e aleatórios, também pela falta de confiança em si e no processo.
resgato um trecho de e-mail que enviei à alguns amigos em 11 abril de 2010: “ontem ouvindo uma música, pensando na vida, tive um insight, sim é isso: JUMP A LITTLE HIGHER! hoje lendo uma crônica de M.M., novo insight, sim, pés no chão: MIND THE GAP! a introdução já advertia “temos que ter cuidado com o vão, que é a distância entre a vida que você sonha e a vida como ela é.” Mind the gap (Martha Medeiros – ZH).
então... avança, arrisca, sonha!!! mas com capacidade crítica e atenção! pula mais alto, almeja mas tenha sempre em mente o que tens, o que já foi conquistado, e o que deve ser apreciado! lembra do processo envolvido!"

Jump a little higher but mind the gap!

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